sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O que é a fé



A palavra "fé" traduz a grega pístis, que primariamente transmite a idéia de confiança, fidúcia, firme persuasão. Dependendo do contexto, a palavra grega pode também ser entendida como significando "fidelidade". — 1Ts. 3:7; Tt. 2:10.

As Escrituras nos dizem: "Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem." (Hb. 11:1) "Certeza" traduz a palavra grega hypóstasis. Este termo é comum em antigos documentos comerciais de papiro. Transmite a idéia de algo subjacente a condições visíveis e que garante uma posse futura. Em vista disso, Moulton e Milligan sugerem a seguinte versão: "A fé é o título de propriedade de coisas esperadas." (Vocabulary of the Greek Testament [Vocabulário do Testamento Grego], 1963, p. 660) A palavra grega elegchos, traduzida por "convicção", transmite a idéia de produzir evidência que demonstra alguma coisa, especialmente algo contrário ao que aparenta ser. Esta evidência torna assim claro aquilo que não se discerniu antes e deste modo refuta aquilo que apenas aparentava ser assim. "Convicção", ou a evidência para se ter convicção, é tão positiva ou poderosa, que se diz que ela é a fé.

A fé, portanto, é a base de esperança e a evidência para se ter convicção a respeito de realidades não vistas. Todo o conjunto de verdades transmitidas por Jesus Cristo e seus discípulos inspirados constitui a "fé" cristã. (Jo. 18:37; Gl. 1:7-9; At. 6:7; 1Tm. 5:8) A fé cristã baseia-se na completa Palavra de Deus, que inclui o Antigo Testamento, as quais Jesus e os escritores do ovo Testamento freqüentemente citaram em apoio das suas declarações.


A fé baseia-se em evidência concreta. As obras criativas visíveis atestam a existência de um Criador invisível. (Rm. 1:20) As ocorrências reais durante o ministério e a vida terrestre de Jesus Cristo identificam-no como o Filho de Deus. (Mt 27:54) O registro que Deus forneceu às suas criaturas terrestres serve de base válida para se crer que ele com certeza fará provisões para os seus servos, e seus antecedentes como Dador e Restaurador da vida fornecem ampla evidência da credibilidade da esperança da ressurreição. (Mt. 6:26, 30, 33; At. 17:31; 1Co. 15:3-8, 20, 21) Outrossim, a fidedignidade da Palavra de Deus e o cumprimento exato das suas profecias incutem confiança na realização de todas as Suas promessas. (Js. 23:14) Assim, destas muitas maneiras, "a fé segue à coisa ouvida". — Rm. 10:17; compare isso com Jo. 4:7-30, 39-42; At. 14:8-10.

De modo que a fé não é credulidade. A pessoa que talvez zombe da fé usualmente tem ela mesma fé em amigos provados e de confiança. O cientista tem fé nos princípios do seu ramo de ciência. Baseia novas experiências nas descobertas passadas e espera obter novas descobertas à base das coisas já confirmadas como verdadeiras. Do mesmo modo, o lavrador prepara o solo e lança sementes, esperando, como em anos anteriores, que a semente brote e que as plantas cresçam ao receberem a necessária umidade e luz solar. Portanto, a fé na estabilidade das leis naturais que governam o universo realmente constitui a base para os planos e as atividades do homem. O sábio escritor de Eclesiastes alude a esta estabilidade: "Levanta-se o sol, e põe-se o sol, e volta ao seu lugar, onde nasce de novo. O vento vai para o sul e faz o seu giro para o norte; volve-se, e revolve-se, na sua carreira, e retorna aos seus circuitos. Todos os rios correm para o mar, e o mar não se enche; ao lugar para onde correm os rios, para lá tornam eles a correr." — Ec. 1:5-7.



No Antigo Testamento, a palavra ´amán e outras intimamente aparentadas com ela transmitem o sentido de fidedignidade, fidelidade, firmeza, constância, estar firmemente estabelecido, duradouro. (Ex. 17:12; De 28:59; 1Sm. 2:35; 2Sm. 7:16; Sl. 37:3) Um substantivo aparentado com ela (´eméth) usualmente denota "verdade", mas também "fidelidade" ou "fidedignidade". (2Cr. 15:3 n.; 2Sm. 15:20; compare isso com Ne 7:2 n.) O conhecido termo "Amém" (hebr.: ´amén) também deriva de ´a·mán.

Exemplos Antigos de Fé. Cada um dos da "tão grande nuvem de testemunhas", mencionada por Paulo (Hb. 12:1), tinha uma base válida para ter fé. Por exemplo, Abel certamente conhecia a promessa de Deus a respeito dum "descendente [lit.: semente]", que machucaria a cabeça da "serpente". E ele observava evidências tangíveis do cumprimento da sentença de Jeová proferida contra seus pais no Éden. Fora do Éden, Adão e sua família comiam pão no suor do seu rosto, porque o solo era amaldiçoado, e, portanto, produzia espinhos e abrolhos. É provável que Abel observasse o desejo ardente que Eva tinha de seu marido e que Adão dominava sua esposa. Sem dúvida, sua mãe comentava a acompanhante dor da sua gravidez. Daí, também, a entrada do jardim do Éden estava sendo guardada por querubins e pela lâmina chamejante duma espada. (Gên 3:14-19, 24) Tudo isso constituía uma "convicção", que dava a Abel a certeza de que haveria libertação por meio da ‘semente da promessa’. Portanto, induzido pela fé, "ofereceu a Deus um sacrifício", que mostrou ser de maior valor do que o de Caim. — Hb. 11:1, 4.

Abraão tinha uma base firme para ter fé na ressurreição, porque ele e Sara passaram por um restabelecimento milagroso das suas faculdades reprodutivas, o que, em certo sentido, era comparável a uma ressurreição, permitindo que a linhagem de Abraão continuasse através de Sara. Isaque nasceu em resultado desse milagre. Quando se lhe mandou que oferecesse Isaque, Abraão tinha fé em que Deus ressuscitaria seu filho. Baseava esta fé na promessa de Deus: "O que será chamado teu descendente [ou: semente] será por intermédio de Isaque." — Gn. 21:12; Hb. 11:11, 12, 17-19.

Evidência de convicção genuína estava também envolvida no caso daqueles que vieram ou foram levados a Jesus para ser curados. Mesmo que não tivessem sido testemunhas oculares, pelo menos teriam ouvido falar das obras poderosas de Jesus. Daí, à base do que viram ou ouviram, concluíram que Jesus podia curar também a eles. Outrossim, estavam familiarizados com a Palavra de Deus e assim sabiam dos milagres realizados pelos profetas em tempos passados. Ao ouvirem Jesus falar, alguns concluíram que ele era "O Profeta" e outros que ele era "o Cristo". Em vista disso, era bem apropriado que Jesus, ocasionalmente, dissesse aos curados: "A tua fé te salvou." Se essas pessoas não tivessem fé em Jesus, não se teriam dirigido a ele, e, portanto, não teriam sido curadas. — Jo. 7:40, 41; Mt 9:22; Lu 17:19.

Do mesmo modo, a grande fé do oficial do exército que rogou a Jesus a favor do seu servo fundava-se em evidência, à base da qual ele concluiu que bastava Jesus ‘dizer a palavra’ para resultar na cura do seu servo. (Mt. 8:5-10, 13) Todavia, notamos que Jesus curou a todos os que se chegaram a ele, não exigindo maior ou menor fé segundo a doença deles, nem deixando de curar a qualquer destes com a desculpa de que não podia curá-los porque a fé deles não era bastante forte. Jesus realizou estas curas como testemunho, para firmar a fé. No seu próprio território, onde se expressava muita infidelidade, ele preferiu não realizar muitas obras poderosas, não por não ser capaz disso, mas porque o povo se negava a escutar e não o merecia. — Mt. 13:58.

Fé Cristã. Para ser aceitável a Deus, é agora necessário ter fé em Jesus Cristo, e isto torna possível obter uma condição justa perante Deus. (Gál 2:16) Os que não têm tal fé são rejeitados por Deus — Jo. 3:36; compare isso com Hb. 11:6.

A fé não é propriedade de todos, visto que é fruto do Espírito de Deus. (2Ts. 3:2; Gl. 5:22) E a fé cristã não é estática, mas cresce. (2Ts. 1:3) Portanto, a solicitação dos discípulos de Jesus: "Dá-nos mais fé", era bem apropriada, e ele de fato lhes deu base para maior fé. Forneceu-lhes maior evidência e entendimento em que basear a sua fé. — Lc. 17:5.

Toda a vida do cristão realmente é governada pela fé, habilitando-o a vencer obstáculos montanhescos que impediriam seu serviço a Deus. (2Co. 5:7; Mt. 21:21, 22) Além disso, precisa haver obras coerentes com a fé e em demonstração dela, mas não se requerem obras da Lei mosaica. (Tg 2:21-26; Rm. 3:20) Provações podem fortalecer a fé. A fé serve de escudo protetor na guerra espiritual do cristão, ajudando-o a vencer o Diabo e a ser vencedor do mundo. — 1Pd. 1:6, 7; Ef. 6:16; 1Pd. 5:9; 1Jo 5:4.

Mas a fé não pode ser pressuposta, porque a falta de fé é ‘o pecado que tão facilmente enlaça’. Manter a fé firme requer travar uma luta árdua por ela, resistir aos homens que poderiam mergulhar a pessoa na imoralidade, combater as obras da carne, evitar o laço do materialismo, evitar filosofias e tradições de homens, que poderiam destruir a fé, e, acima de tudo, olhar "atentamente para o Autor e Consumador da nossa fé, Jesus". — Hb. 12:1, 2; Jd. 3, 4; Gl. 5:19-21; 1Tm. 6:9, 10; Cl. 2:8.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Neemias - Quem pode pegar a carta?






 Neemias 2:7 – Disse mais ao rei: Se ao rei parece bem, dêem-se-me cartas para os governadores dalém do rio, para que me permitam passar até que chegue a Judá.
Ao receber a noticia por intermédio de seu irmão Hanani do que havia acontecido com o muro de Jerusalém e o estado miserável em que se encontrava o restante de seu povo na cidade santa (Ne. 1:3), Neemias sentiu uma profunda dor, tristeza e lamentou profundamente o que havia acontecido. A partir daí, Neemias criou um objetivo, teve o sonho, idealizou um projeto, o de reconstruir o muro de Jerusalém e ajudar o seu povo. Mas Neemias não podia fazer isso a qualquer tempo ou hora, pois a condição dele nessa época não o permitia fazer. Neemias era escravo na Pérsia e copeiro do rei Artaxerxes.
Para que Neemias pudesse alcançar o seu objetivo era necessário primeiro, que ele tivesse a liberação do rei Artaxerxes para se ausentar da Pérsia. Foi quando Neemias tomou a primeira atitude que toda pessoa deve ter ao iniciar algum projeto na sua vida, orou a Deus. Orou a Deus para que lhe desse a graça suficiente diante do rei que movesse o seu coração a favor de Neemias para que assim, alcançasse o seu objetivo (Ne1: 11). E então, diante do rei, Neemias pediu-lhe permissão para ir à Judá para realizar o seu sonho, e, além disso, Neemias pediu ao rei mais uma coisa, que lhe desse cartas dirigidas aos governadores das províncias e ao guarda da floresta, para que tivesse transito livre e o fornecimento de todo o material necessário para a reconstrução, o que o rei lhe concedeu.
Aquelas cartas representavam a “autoridade” que estava sobre a vida de Neemias para que ele pudesse realizar o sonho de reconstrução. De posse daquelas cartas, Neemias foi em direção ao alvo e mesmo sofrendo oposição de alguns perseguidores, mesmo sofrendo calúnias de seus inimigos, mesmo sendo ameaçado de morte, ele não desistiu, ele não parou no meio do caminho, e mais, conseguiu influenciar positivamente a todos que estavam engajados no projeto. Neemias conseguiu alcançar o seu objetivo.
Neemias alcançou o seu objetivo porque sobre a vida dele estava uma autoridade que não vinha somente das cartas do rei Artaxerxes, mas de uma autoridade superior que vinha do próprio Deus.
E você?
Qual é o seu sonho?
Qual é o seu objetivo de vida?
Qual o projeto que você idealizou e que ainda não saiu do papel?
O que você precisa reconstruir hoje, agora na sua vida?
Peça carta a Jesus, o Rei da gloria, o único que tem toda a autoridade na eternidade. Peça a Ele que lhe conceda a graça e a autoridade necessárias que lhe darão trânsito livre e material necessário para reconstruir na sua vida aquilo que é necessário. Mas tem um detalhe, Neemias só conseguiu essa autoridade porque tinha 7 (sete) importantes atributos na vida de um homem:
1. Era servo de Deus
2. Era homem de oração
3. Conhecia a Palavra de Deus
4. Era fiel a Deus
5. Amava a obra de Deus (Jerusalém) e o seu povo (Seu semelhante).
6. Era perseverante
7. Era trabalhador
Será que você pode pegar a carta do Rei?
Pense nisso!
Nele, por Ele, para Ele.



Por: Pr. André Lepre